Ninguém em sã vivência neste universo sabe quem de fato é. “Quem sou eu” é uma das perguntas mais injustas, e só perde para aqueles questionamentos profundos que mudam as nossas vidas quando somos submetidos a entrevistas do tipo “praia ou campo”, “shopping ou parque”, “perfume inesquecível”...
Tente responder a si mesmo “quem sou eu” e espere a confusão se instalar na sua cabeça. Não há condições de dimensionar tudo que podemos ser. Sou aquilo que carrego comigo neste instante agora, e não necessariamente levarei para os próximos momentos aquilo que fez parte do meu eu há um minuto atrás.
Ah, Kadydja, claro, pensar dessa forma deve ser bem menos angustiante do que tentar responder quem você é. Não, não é mesmo. Mas eu não vim a este mundo para amenizar minhas angústias ou para transformá-las em texto. Eu vim para vivê-las. E cada dia mais eu compreendo que não sou nada do que eu acho que sou. Até que nem há tanta angústia nisso, porque já se sabe. É como meu caro amigo Rod disse uma vez para mim: “Quando sabemos que a felicidade não existe, não nos preocupamos com a infelicidade”.
Não concordo com ele. Acho que felicidade existe, sim. E eu sou feliz. Quem não é feliz, quer morrer, mudar de cidade ou pintar o cabelo com outra cor. Eu adoro viver, estou muito bem em Aracaju (obrigada) e só pinto meu cabelo para esconder os meus fios brancos. Simples assim, como peço a Deus para agir todos os dias. Tô aprendendo. Não tenho vergonha de admitir que erro, mas eu aprendo. Sou disciplinada e faço o dever de casa quando a vida me dá uma lição. Esqueço as notas vermelhas e me concentro nas azuis. É talvez o que me faça estar acima da média. Por enquanto...
E enquanto esta minha vida durar, vou me dar ao direito de não me perguntar quem eu sou. Sou isso, e isso pode ser tudo ou nada. Já tenho referências demais para procurar outras. Tenho um nome, uma data de nascimento, RG, CPF e título de eleitor. Pronto, o resto em mim muda o tempo todo e isso é ótimo.
Aceitar isso é o primeiro passo para parar de se julgar ou de rotular os outros. Eu pouco me importo, agora, com o que os outros são. E não preciso que me definam. Se nem eu sei quem eu sou, e não pretendo saber, não projeto nos outros a esperança de que eles me decifrem. Não saber dizer quem se é não é estar perdido. Eu crio confusões na minha cabeça para tornar a vida mais emocionante, mas lá no fundo eu sempre me acho, do jeito que eu estiver no momento. Talvez seja essa a resposta: eu sou o que eu me permitir ser.
Postado em 21/11/2008
Friday, February 27, 2009
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment