Friday, February 27, 2009
De Deus
Não pode ser de Deus tudo isso. Todo esse choro, esse desgaste, essa falta de ouvido. Não pode ser de Deus deixar de sentir amor por alguém. Fazer alguém sofrer. Deve ser das trevas se sentir menor. Eu já não sei mais o que sentir. Este dia amanheceu escuro, frio, e sombrio. Deus deve ter me abandonado para que as trevas se encarregassem de me levar ao fundo.
Mas eu sei que Ele fez isso por amor a mim. Para me mostrar que sofrer é inevitável quando se quer recomeçar. O meu choro é de renascimento, da ardência que o ar provoca ao entrar pela primeira vez nos pulmões. E hoje foi o meu último suspiro do passado, e meu primeiro respiro para o futuro.
É de Deus o dia de amanhã. É do sagrado a poesia, a música, os amigos, a vida. É de mim aceitar que eu preciso passar por isso. É de Cecília me consolar:
“Que procuras¿ - Tudo. Que desejas¿ - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo meu rumo na minha mão”.
Cecília Meireles – Despedida.
P.S - até minhas interrogações estão ao avesso.
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