Sunday, August 9, 2009

Pai



Você me aceitou em sua vida
como um presente, fruto de amor
de um amor que não se finda
e eu fui crescendo a sua semelhança
silêncio, calma, cética
boba, coração gigante, alma nômade.
Pelo destino, eis um amor imposto
que aceito e agradeço todos os dias
um porto, tão seguro que me faz ter medo
de perdê-lo.
Talvez eu não seja a melhor das filhas
mas você é o melhor de mim.
Meu pai. Meus olhos. Minha certeza.
Minha ausência. Minha saudade.
A ti, meu infinito amor.
Meu coração teimoso.


Pai, Feliz Dia! Mais uma vez longe... que filha é essa hein? Mas dia 21 está chegando e vamos comemorar Dia dos Pais, das Mães, aniversários e tantos feriados na Big Apple. Prepare-se para as fotos de orkut.. kkkkk. Contando os dias...

Saturday, August 8, 2009

Vaza!



#forasarney!

Não sou de fazer posts políticos, mas resolvi aderir à mobilização virtual como uma boa brasileira.

A Casa das Coisas que não se dizem

Tudo que, em mim, é palavra,
vontade de não ser bicho,
mora na minha casa das coisas que não se dizem.
Por isso é que eu falo pouco
e se crê que eu tenha Mistério
porque minha voz- se me a ouvissem -
ela é de lodo e de lama.

Mas na casa das coisas que não se dizem
moram poemas e abraços muitos,
livres, lindos
e cuidados e carinhos.

Foi na casa das coisas que não se dizem, inclusive,
que eu gostei das palavras
e que eu inventei essa brincadeira
delas ficarem bobas.

As coisas que não se dizem sempre moraram em mim,
nessa casa,
de onde,
indagora,
fugiu
esse quase um eu te amo.

(A Casa das Coisas que não se dizem - Michel Klejnberg)

Nenhum livro me impressionou tanto este ano quanto este.

Poesia ou profilaxia?

Mimo do tempo

Como é tolo o coração de uma mulher.
Ingênuo e pleno de fantasias banais,
Afogado em memórias nunca existidas
Das mais perfeitas investidas
Do menos perfeito rapaz.

O coração de uma mulher só não é mais bobo
Que seus gestos ansiosos
Que seus olhares pagãos
Que sua boca seca e escancarada
Diante do paliativo da solidão.

Afinal, de que adiantaria ser lúcida
Se toda graça da mais boba mulher
está em acreditar
que o mais excitante futuro
não é taquicárdico, é seguro?
E que isso tudo é apenas um mimo
... do tempo.

Kadydja Albuquerque



Poesia não se explica. Nem se decifra. Sente-se. O que eu escrevo é exercício de pacificação. Tentativa “bonitinha” de organizar em palavras a confusão de tantos sentimentos. Amo, odeio, desejo, repudio, choro, rio, brinco, travo, construo castelos suntuosos, e me escondo em cabanas de palha.

Não tenho conserto. Vou ser assim pra sempre. E porque eu quero, porque preciso desse frio na barriga, desse olhar catatônico que às vezes me pego fazendo na janela. Janela física, com rede, que dá pra um céu que sempre me acalma. As minhas janelas abstratas também acabam em um céu imaginário. Nele, é sempre dia. É sempre verão.

O que há no céu que tanto me fascina¿ Deve ser a imensidão. O azul. O céu como a pintura mais fiel do infinito, como o mimo do tempo tentando controlar a minha ânsia de amanhãs . Olhar para o céu e ver movimento. Perceber o redondo ciclo da vida, das estações do ano, e sentir que minha alma acompanha, integra esse universo, alterna calor, alegria, tristeza, solidão, esperança, desalento.

O que há no céu, há em mim. Há em qualquer um.