Tuesday, February 23, 2010
A caçula sempre intrometida
Independência é algo que sempre sonhamos em conquistar quando somos adolescentes. Durante muitos anos, quando ainda morava com meus pais e meus irmãos, eu sonhava com o dia que tivesse a minha própria casa, a minha privacidade, meu emprego e minha liberdade de viver a minha bagunça. Esse dia já chegou pra mim e até gosto de viver sozinha, pois já não sei como seria dividir o espaço com outra coisa viva que não tenha quatro patas e mie quando tem fome.
Hoje é aniversário da minha irmã, e em momentos como esse, penso o quão difícil é viver longe da família. É também nessas horas que percebo que já vivo longe há muito tempo, e quantas vezes perdi aniversários, dias das mães, dos pais, feriados, carnavais. Ingrid é minha irmã mais nova e temos uma diferença de 6 anos que, naturalmente, a cada ano se torna menor.
Quando éramos mais novas e dividíamos o mesmo quarto, havia briga, incompatibilidade de idades, de gênios, de formas de viver o espaço que pertencia a nós duas. Eu, adolescente, queria a privacidade para curtir a turbulência de descobertas e questionamentos que eu transferia para meus diários em um ritual que hoje já não existe. Ela, ainda criança, queria viver o lúdico, as brincadeiras de boneca, ou simplesmente me assistir sendo adolescente. Isso irritava, causava desentendimentos e eu desejava ter nascido no lugar do meu irmão – o único homem e com direito a um quarto só pra ele.
Não sei o quanto eu a influenciei ou a influencio. Talvez eu nem seja um bom exemplo de irmã. Distante, ocupada, e sempre leve e engraçada nos encontros porque breves. Também talvez isso nem importe muito. Os caminhos da vida ditam os protocolos que devemos seguir. O que importa na verdade é que tenho a minha família aqui, em algum lugar, sempre potencialmente perto, seja em pensamento, seja nos milhares de e-mails que trocamos sempre que há um assunto comum.
E hoje é o dia da minha irmã, a caçula “sempre intrometida”, como um dia escreveu meu pai em uma das suas poesias. E que ela gostou tanto do eufemismo que resolveu tatuá-lo. É isso, minha querida, seja na pele, na alma ou no sangue, estamos para sempre tatuadas uma na outra. Somos espelhos. Quando olho para você, me vejo muitas vezes como era no passado, mas desejo que o seu futuro seja ainda melhor do que o meu presente. E será.
Daqui, estarei sempre torcendo por você. E te parafraseando: e quem quer saber? ;-)
Parabéns!
Wednesday, February 17, 2010
Carnaval 2010: alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia...
Por conta dos shows do Coldplay e do BB King agora em fevereiro e março no Rio, eu havia planejado sacrificar meu carnaval e ficar em Aracaju, curtindo minha casa, meus gatos, meus livros novos e acompanhando a folia alheia pela internet. Mas como a vida é tudo, menos previsível, recebi o convite para ir ao Carnaval de Salvador dois dias antes de começar oficialmente o período momesco. Tudo se encaixava: a vontade de estar com os amigos, a pressão do meu pai em me ver na Bahia, o meu trânsito astral e a possibilidade de retornar ao carnaval soteropolitano com custo quase zero. Como eu não sou de dizer não ao destino, embarquei sem preconceitos e com a alma aberta.
O último carnaval em Salvador foi em 2005, e até então tinha sido, no quesito “Fechação em grupo”, a melhor viagem da minha vida. Mas eu ainda estava traumatizada com os carroceiros, os chutes na canela, e o carinho intenso da pipoca. Tá, como dessa vez o esquema seria All Inclusive e a pipoca era algo que encararia só de passagem, relaxei. No sábado, já comecei com o pé direito no Camarote do Nana. E eu que achava que freqüentava camarotes. Nunca vi uma estrutura tão profissional, e o mais perto que cheguei do carnaval da Bahia foi ver Bel entrando com Gilberto Gil pra fazer um show na passarela. Um momento lindo, seja porque eu já estava totalmente rendida ao meu ofício de chicleteira, ou seja porque eles chegaram “chegando” ao som de Andar com fé.
Sou fã de Gil, e se tivesse uma carteirinha de Gilberteira, eu com certeza exibiria uma na minha bolsa. Então, tirem daí a emoção que eu senti. Depois disso, adeus trios, avenida e abadás... eu já estava em outros ambientes do camarote, e pouco importava se a festa era em fevereiro ou em novembro. Comida à vontade e garçons, como diria meu amigo Rod Rocha, com raiva da bebida. É como soltar uma criança numa piscina de bolinha. A noite acabou mais do que bem, e acho que é por isso que as outras, mesmo divertidas, não bateram o meu retorno à folia baiana.
No domingo, em vez de chicleteira, virei andarilha encantada e admiradora de celebridades no Camarote da Contigo / Daniela Mercury. Também muita comida, mas dessa vez garçons menos raivosos. (Lícia Fábio, uma dica: Fresh não é modalidade de cerveja! Antes servir Skol com gelo). Também o clima era viáipi demais. Não consegui me soltar tanto, só na hora que o sambão começou e eu encontrei um grupo de subcelebridades que me acolheu durante 3 músicas porque meu primo já estava em outro mundo, e eu precisa socializar pra não me sentir sozinha. Vi muitos globais e só conseguia pensar em uma coisa: como eles são menores do que na TV. Ok, não ganhei meu dia por causa desses encontros, e o melhor momento na verdade foi quando Daniela passou pelo camarote e eu desci pra pipoca (sim, eu não fiquei lá logo na hora em que a dona chegou) para encontrar Rod e Oc. Entrei no bloco, fui expulsa, mas foi legal. Depois retornei pra lá e continuei me sentindo deslocada.
Segunda. Acordei indecisa. Pra onde vou? Podia ter escolhido mais um camarote, mas resolvi que precisava viver a experiência de sair em um bloco no Carnaval de Salvador antes de completar 30 anos, casar, ter filhos, virar Hare Krishna, morar na Europa, ou simplesmente morrer, como acontece com todo mundo. Seria muito arriscado deixar pro ano que vem, já que estou programando meu carnaval em outra cidade. Então, acionei os micareteiros Rod e Oc, peguei meu abadá do Papa, e fui relembrar os tempos de Com Amor e Bora Bora ao som de Claudia Leitte. Fiquei orgulhosa de mim porque eu ainda tenho pique pra encarar a avenida, embora eu pudesse ser facilmente a tia do bloco. Não vou comentar o que aconteceu nesta noite porque quero que vocês exercitem a imaginação. Hahahahaha... mas foi ótimo, tirando o prejuízo de 150 reais, que eu deixei em algum banheiro químico da Ondina.
Como eu não agüentaria duas noites no esquema bloco-pipoca-sanduiche em barraca suspeita-prejuízos em banheiros químicos, finalizei o carnaval no Camarote Ondina com minha irmã e o namorado. Ambiente que eu já havia me acostumado: comida à vontade, garçons raivosos e gente bonita. Nunca comi tantos churros na minha vida. Ganhei duas garrafinhas de Sagatiba por mérito e, depois de dois anos, comi acarajé novamente. Quanta superação nesse carnaval.
Agora retornando para casa, depois que eu já matei as saudades dos meus filhotes, penso que a minha decisão de curtir o carnaval na Bahia foi acertada. Foram quatro dias ao lado de pessoas muito queridas, conhecendo a folia sob uma outra perspectiva, aprendendo a dançar o rebolation e celebrando a vida sem medo de acordar cantarolando “Vale Night”. Sempre acho que devemos viver o que nos é colocado no caminho. E como uma boa brasileira, só posso gostar de estar no carnaval, porque o sentimento coletivo é de alegria e celebração. Seria bom que o resto do ano fosse assim. Ou talvez não, né, porque do jeito que eu sou intensa, reduziria minha expectativa de vida em muito.
É isso, gente. Muito tempo sem postar no blog. Continuo escrevendo minhas poesias, meus contos, meus devaneios latentes nesta cabecinha a mil. Mas são tão meus que o sentimento de posse não me deixa dividir. Então resolvi contar um pouco do meu carnaval. Agora é preparação para o momento mais esperado em 2010: o show do Cold no Rio daqui a 10 dias!! Já comecei a sonhar com o Chris, hoje já acordei ouvindo os caras, e com certeza depois contarei aqui esse momento se eu não tiver desmaiado na segunda música.
Agora vamos nessa que o ano começa...
O último carnaval em Salvador foi em 2005, e até então tinha sido, no quesito “Fechação em grupo”, a melhor viagem da minha vida. Mas eu ainda estava traumatizada com os carroceiros, os chutes na canela, e o carinho intenso da pipoca. Tá, como dessa vez o esquema seria All Inclusive e a pipoca era algo que encararia só de passagem, relaxei. No sábado, já comecei com o pé direito no Camarote do Nana. E eu que achava que freqüentava camarotes. Nunca vi uma estrutura tão profissional, e o mais perto que cheguei do carnaval da Bahia foi ver Bel entrando com Gilberto Gil pra fazer um show na passarela. Um momento lindo, seja porque eu já estava totalmente rendida ao meu ofício de chicleteira, ou seja porque eles chegaram “chegando” ao som de Andar com fé.
Sou fã de Gil, e se tivesse uma carteirinha de Gilberteira, eu com certeza exibiria uma na minha bolsa. Então, tirem daí a emoção que eu senti. Depois disso, adeus trios, avenida e abadás... eu já estava em outros ambientes do camarote, e pouco importava se a festa era em fevereiro ou em novembro. Comida à vontade e garçons, como diria meu amigo Rod Rocha, com raiva da bebida. É como soltar uma criança numa piscina de bolinha. A noite acabou mais do que bem, e acho que é por isso que as outras, mesmo divertidas, não bateram o meu retorno à folia baiana.
No domingo, em vez de chicleteira, virei andarilha encantada e admiradora de celebridades no Camarote da Contigo / Daniela Mercury. Também muita comida, mas dessa vez garçons menos raivosos. (Lícia Fábio, uma dica: Fresh não é modalidade de cerveja! Antes servir Skol com gelo). Também o clima era viáipi demais. Não consegui me soltar tanto, só na hora que o sambão começou e eu encontrei um grupo de subcelebridades que me acolheu durante 3 músicas porque meu primo já estava em outro mundo, e eu precisa socializar pra não me sentir sozinha. Vi muitos globais e só conseguia pensar em uma coisa: como eles são menores do que na TV. Ok, não ganhei meu dia por causa desses encontros, e o melhor momento na verdade foi quando Daniela passou pelo camarote e eu desci pra pipoca (sim, eu não fiquei lá logo na hora em que a dona chegou) para encontrar Rod e Oc. Entrei no bloco, fui expulsa, mas foi legal. Depois retornei pra lá e continuei me sentindo deslocada.
Segunda. Acordei indecisa. Pra onde vou? Podia ter escolhido mais um camarote, mas resolvi que precisava viver a experiência de sair em um bloco no Carnaval de Salvador antes de completar 30 anos, casar, ter filhos, virar Hare Krishna, morar na Europa, ou simplesmente morrer, como acontece com todo mundo. Seria muito arriscado deixar pro ano que vem, já que estou programando meu carnaval em outra cidade. Então, acionei os micareteiros Rod e Oc, peguei meu abadá do Papa, e fui relembrar os tempos de Com Amor e Bora Bora ao som de Claudia Leitte. Fiquei orgulhosa de mim porque eu ainda tenho pique pra encarar a avenida, embora eu pudesse ser facilmente a tia do bloco. Não vou comentar o que aconteceu nesta noite porque quero que vocês exercitem a imaginação. Hahahahaha... mas foi ótimo, tirando o prejuízo de 150 reais, que eu deixei em algum banheiro químico da Ondina.
Como eu não agüentaria duas noites no esquema bloco-pipoca-sanduiche em barraca suspeita-prejuízos em banheiros químicos, finalizei o carnaval no Camarote Ondina com minha irmã e o namorado. Ambiente que eu já havia me acostumado: comida à vontade, garçons raivosos e gente bonita. Nunca comi tantos churros na minha vida. Ganhei duas garrafinhas de Sagatiba por mérito e, depois de dois anos, comi acarajé novamente. Quanta superação nesse carnaval.
Agora retornando para casa, depois que eu já matei as saudades dos meus filhotes, penso que a minha decisão de curtir o carnaval na Bahia foi acertada. Foram quatro dias ao lado de pessoas muito queridas, conhecendo a folia sob uma outra perspectiva, aprendendo a dançar o rebolation e celebrando a vida sem medo de acordar cantarolando “Vale Night”. Sempre acho que devemos viver o que nos é colocado no caminho. E como uma boa brasileira, só posso gostar de estar no carnaval, porque o sentimento coletivo é de alegria e celebração. Seria bom que o resto do ano fosse assim. Ou talvez não, né, porque do jeito que eu sou intensa, reduziria minha expectativa de vida em muito.
É isso, gente. Muito tempo sem postar no blog. Continuo escrevendo minhas poesias, meus contos, meus devaneios latentes nesta cabecinha a mil. Mas são tão meus que o sentimento de posse não me deixa dividir. Então resolvi contar um pouco do meu carnaval. Agora é preparação para o momento mais esperado em 2010: o show do Cold no Rio daqui a 10 dias!! Já comecei a sonhar com o Chris, hoje já acordei ouvindo os caras, e com certeza depois contarei aqui esse momento se eu não tiver desmaiado na segunda música.
Agora vamos nessa que o ano começa...
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