Sunday, June 7, 2009

Feliz Niver, Joselita!



A humanidade avançou tanto nas inovações tecnológicas, mas não conseguiu ainda inventar algo que diminuísse a saudade. OK, criaram a Internet e suas ferramentas de interação social que nos aproximam daqueles que estão fisicamente longe. Mas o ser humano precisa do contato corpo a corpo.

E eu queria acordar hoje e ter esse dispositivo de "aparatar" pra perto da mulher mais importante da minha vida. Hoje é aniversário da minha mãe, e como em todos os outros últimos aniversários, estou longe. Tenho pensamento, coração, alma próximos, mas fica a vontade do abraço, de almoçar com os meus coroas, de dar presentes e rir das loucuras que ela fala.

Nós não escolhemos a nossa família. Ela nos cai no momento em que viemos ao mundo, mas não por acaso. Fomos colocados para viver com os nossos pais e irmãos porque é preciso construir os laços espirituais e utilizá-los no aprendizado, no crescimento do que somos, e do que vamos prestar contas quando esse mundo ficar para trás.

E eu sou uma mulher de sorte porque tenho ela como minha mãe. Tudo bem que às vezes ela esquece de me ligar, mas é só deixar um scrap com "mãe, eu tô bem viu?" pra ela telefonar me chamando de dramática. Tudo bem que às vezes ela não entende as decisões que eu tomo na vida, e fica querendo quebrar essa cabeça dura aqui, mas depois aceita que eu não as tomo por impulsividade, mas por vontade de ser feliz de fato. E ver os filhos felizes é a grande ambição desta mulher que escolheu ser mãe, esposa e dona de casa em período integral.

Sim, é uma escolha. Como todas as outras que fazemos pela vida. Eu escolhi a minha carreira, a minha paz que, conquistadas, deixam-me tranquila para procurar o amor. Porque eu acredito no amor. Mas eu ganhei de presente de Deus o mais importante - o amor incondicional. Se eu ainda não vivi na minha vida aquilo que chamam de grande amor, não importa. O amor que meus coroas sentem por mim é mais imenso que qualquer outro. E minha mãe é expert em dar amor, em cuidar dos filhos, em preservar a família, e eu sei como deve ser duro pra ela nos ver tão fragmentados.

Mas a beleza está nisso, mãe. Estamos distantes e perto ao mesmo tempo. E você é nosso elo. Quem mais tem uma mãe tão Joselita sem noção? Ou uma compulsiva por limpeza? Ou ainda viciada em comprar e em cumprir promessas?
Hoje eu queria estar aí, e eu estou. Não fique triste. Aproveite essa cidade maravilhosa e saia com o seu coroa para comemorar. Sim, porque temos muito mais para comemorar do que para entristecer.

Obrigada por ser essa pessoa singular, por ser minha mamis. Te amo, Nadja Geller! ;-)

5 comments:

ingrid said...

Lindo Kaa...essa parte de uma grande amor em minha vida...quase chorei!!
Maezinha...as palavras sao escritas do jeitinho que soh Kady escreve...mas eu sinto o mesmo!!
Parabéns..te amo!!

Anonymous said...

O que dizer? Nada......estou sem palavras.
Obrigadaaaaaa minha filhota por ser o que vc é.
Beijos a sua Joselita sem noção.

Victor Colonna said...

Parabéns (atrasado) para sua mãe e pelo seu blog. Sou poeta e cronista e criei um blog pra divulgar meu trabalho. Se puder, dê uma passada por lá. Seguem aí dois poemas meus! Grande abraço!



CURTO-CIRCUITO (Victor Colonna)


De repente eu paro e olho: é ele!
E desengato marcha-a-ré crescente
Meu rosto fica roxo, vermelho
E desamarra-se o elo da corrente.

Curto-circuito, incêndio, tragédia!
E meu cabelo arrepiado espeta
E meu pulso desencapado te choca
E meu corpo endiabrado, capeta.

E meu peito pega fogo: vida
Um calor que se desprende e solta
Amor é caminho longo: é ida
É só ida. Não tem volta.


SUJEITO OCULTO (Victor Colonna)


O problema são as conjunções desconjuntadas
As interjeições rejeitadas
Os adjetivos desajeitados
Os substantivos sem substância
As relações de deselegância entre as palavras.

É preciso superar o superlativo:
O absoluto sintético
E o analítico.
Achar o verso
Entre o verbo epilético
E o pronome sifilítico.

Falta definir o artigo inoxidável
O numeral incontável, impagável.

Resta procurar o objeto direto
Situar o particípio passado
E o pretérito mais-que-perfeito

Desvendar a rima
Desnudar a palavra
Encontrar o predicado
E revelar o sujeito.

Gaujac said...
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Anonymous said...

Kadydja, me desculpe pela pouca discrição... é que meu emocional está muito abalado esses dias. Realmente, me emocionei muito quando li o que você escreve. Adorei tudo o que li.

Agradeço por você não postar o que escrevi pela manhã.

Mas agradeço mais ainda, lá do fundo do coração, porque você me fez lembrar que pessoas lindas ainda existem.

Eu, o também sem noção.